Serigrafia nº 18

Miomir Mitic, Sérvia

Miomir Mitić nasceu em 1964 em Pirot, é engenheiro gráfico de formação e pintor e designer gráfico de profissão. Depois de se formar em 1989 (Faculdade de Artes Gráficas da Universidade de Zagreb), foi chefe do departamento de impressão e preparação offset e designer gráfico na gráfica e, desde 1995, trabalha como designer e artista independente. Depois de muitas exposições coletivas, fez a primeira exposição individual em 1995. Seu trabalho gráfico foi apresentado no calendário da empresa Tigar AD e ganhou prêmio especial na exposição dos calendários no Museu da Voivodina em 2004. “A serigrafia tornou-se uma técnica gráfica constante na obra artística de Miomir Mitić. É condição do seu raciocínio artístico, da forma de perceber, vivenciar e avaliar o mundo, o fato da vida e da arte. Ele insiste na composição que extrai de sua vida. É a vida que lhe impõe isso e é ele quem transforma de forma peculiar e lenta todos os impulsos e experiências sem qualquer patética e necessidade de se verbalizar. A busca pela forma começa com uma figura solitária, que parece basear-se como regra e princípio, passando pelas representações de pássaros, natureza morta, até formas abstratas puramente geométricas. Os motivos são desenhados com uma linha limpa, são flexíveis e abrangentes, definindo a forma com um movimento, geralmente contínuo. É um desenho da pesquisa, temática e estilisticamente heterogêneo, e sempre reconhecível no manuscrito e no modo de observação. Daí a história da grande habilidade e extraordinária capacidade do artista em organizar e visualizar os elementos da nova realidade pintada, muitas vezes emocionante e profundamente provocativa. A serigrafia também é composta por cores que alteram a estrutura visual, enriquecem os conjuntos linguísticos e os tornam mais lucrativos e desafiadores. Analisando os gráficos, a impressão é de uma estranha vibração de linha que enfatiza a essência do conteúdo, revela a existência, expressa a vida. A apresentação da essência é tão complexa que quase todos os elementos têm a própria razão e justificativa de existência. A figura de Mitić emerge do espaço. Ou é de pequena escala ou muito expressivo e abandona o espaço. O expressionismo é mais forte em obras que superam o grafismo, já que a cor dá um novo significado ao grafismo. Não só enfatiza a expressão, mas também o simbolismo que torna o movimento mais forte, enquanto a linha diferencia sistematicamente essa vibração. A cor tem o poder de definir a essência. Flui, tem um movimento convincente e, independentemente da sua notável pastosidade, dá a ilusão de textura por meio da técnica de pulverização. As cores (preto, cinza, vermelho, diferentes tons de marrom, azul e roxo) são distintas e sutis, sem qualquer dilema quanto ao propósito da intenção e mensagem do artista. Às vezes, Mitić evolui para a estilização, que é apenas uma tentativa de purificar elementos de menor importância, trazendo assim alguns símbolos à essência. Quanto aos gráficos estilizados, tudo se encerra num conceito mais tranquilo e tranquilo de pensamento artístico. Essa reflexão é uma certa extensão dela, já que as cores e as linhas trabalham juntas. No seu último trabalho, Mitić simplifica ainda mais a forma, confere-lhe dinamismo e acrescenta expressividade através de superfícies pintadas acentuadas. Assim, os gráficos tornam-se uma estrutura fluida que, com explosões de cores inusitadas, falam pelas vozes de seus valores simbólicos. A composição e a sua coerência são projetadas como uma entidade artística arredondada e harmoniosa, com acentos humanísticos claramente enfatizados. Matéria, duração e tempo são criadores ativos de visões visuais e filosóficas. Essa estrutura abstrata de gráficos não permite uma entrada fácil em sua camada espiritual de significado. Os gráficos de Miomir Mitić são uma espécie de quebra-cabeça, um lugar de experiência, de livre submersão emocional na beleza, na excitação, na estética, no hedonista - tudo o que perdemos além da brancura da superfície do papel. Por outro lado, as mensagens que esta arte projeta não são tanto sobre a alegria de viver e o ato criativo, mas sim sobre valores absolutos alcançados racionalmente. Num simbolismo discreto, encontramos a base perdida do nosso próprio espírito livre. Finalmente, em todas as fases de desenvolvimento de Miomir Mitić dentro da forma abstrata e das diversas definições temáticas, reconhecemos claramente o que eles têm em comum: um desenho confiante, um dom notável para combinações cromáticas ricas, estruturas de composição sólidas, formas sugestivas atraentes e maneira poética de pensamento artístico”. Radmila Vlatković, historiadora de arte, conselheira do museu