A canção da Pintura do Criador

É uma viagem arriscada. Entrar em um “salão de espelhos”, um mundo caleidoscópico onde as realidades são invertidas em ilusões, a beleza em ameaça, pode realmente ser perigoso. Uma exploração kafkiana repleta de distorções, seduções que alteram a mente e até mesmo o bizarro. No entanto, a vida normalmente exige tais incursões. Especialmente se a Iluminação é a busca final. Alguém ousado o suficiente para enfrentar uma viagem tão aventureira de autodescoberta frequentemente enfrentará confusão absoluta - as muitas faces da natureza humana. Virtude versus Mal. Bela lutando com a Fera. Convicção eclipsada por uma dúvida esmagadora. Tais encontros com as sempre desconcertantes “normas” existenciais da Vida são mais do que o Dualismo Cosmológico, uma peça de paixão colocando poderosos instintos humanos em uma luta moralista simbólica. Mais criticamente, essa busca por certeza é rebelião, uma demanda por liberdade. Permanecendo desafiador, recusando a conformidade, este provocador retratado rejeita o distópico, um mundo onde o conhecimento é fortemente guardado e mantido escondido por centuriões carrancudos, empenhados em manter os buscadores da verdade em um deserto selvagem de dúvidas sempre crescentes. Ela permanece firme, decidida. Cauteloso, mas ainda confiante. Ao contrário de qualquer sonhador selvagem ou anarquista tolstoiano, ela não deseja explodir esse “Ministério dos Segredos”. Ela simplesmente quer entrar neste castelo. Uma mera mortal, invariavelmente arrastada para a floresta de redemoinhos da Vida, sempre impressões e contradições fugazes, ela também parece cansada, mas ainda esperançosa. Ela sabe que uma grande turbulência psicológica continuará, que sua luta com o que é inspirado, o que é real, a batalha entre o indivíduo, o eu e a sociedade sempre persiste. Por enquanto, porém, ela só espera escapar do deserto infernal, encontrar alguma iluminação, alcançar aquelas mãos estendidas de conhecimento benevolente e edificante.