Esperando

Boris Merzlyakov, Ucrânia

Biografia Existe uma teoria de que o Criador (isto é, Deus) está constantemente criando o universo para que ele não desapareça. Eu apoio muito isso, pois minha fotografia, eu entendo, é uma tentativa de criar meu próprio universo. Já no ensino médio, comecei a fotografar e dominei o processo “molhado” da fotografia; essa reencarnação mágica e o desenvolvimento de imagens em um papel branco ainda me hipnotizam. Durante meus estudos na Politécnica de Kiev (com especialização em poligrafia), aprendi como realizar minhas próprias ideias usando a tecnologia do computador. Porém, continuo acreditando que a fotografia tem alma, e não dá para entrar nela só apertando o botão. Durante 1998 – 2003, trabalhei como repórter e dediquei meu tempo para cobrir os eventos políticos e econômicos do meu país. Então, de alguma forma, entendi que estava entediado em fotografar as mesmas pessoas, mesmo que usando gravatas diferentes, e rapidamente mudei para a fotografia de moda. Esse tipo de trabalho me atraiu com a possibilidade de criar minha própria realidade. Desde 2003, trabalho na revista “Natali”. Lá, comecei a lançar meus próprios projetos, inspirados na Feminilidade como um dos principais alicerces da Vida. Sempre quis conhecer um motorista íntimo - de onde? como? por que? Só queria penetrar na esfera mais íntima, captar a essência da feminilidade. No entanto, para penetrar não com violência, mas com um convite. Assim, lancei o projeto TAZIK (“tazik” significa “bacia” em russo, bacia e botas de borracha, enquanto as botas simbolizavam a proteção das mulheres contra os fatores externos hostis. Ou o projeto Female Trouble, onde fiz filmagens o ano todo, com uma única modelo nos vários banheiros. Ou seja, presumo, é o único lugar onde uma mulher (quase sempre)))) permanece sozinha, a par dos seus pensamentos, problemas, inclusive ideias criativas… O momento decisivo foram os projetos como «Kiev. My Kiev», «Berlim sempre moderna e sexy», «Origem veneziana», «Mulheres adoráveis» Combinando o feminino e o arquitetônico, projetei a projeção do corpo nu na imagem da cidade, com posterior adição de tinta acrílica colorida. Aos poucos, fui experimentando mais diferentes estilos de pintura, recusando cada vez mais o uso da fotografia como pontapé inicial da trama, e trabalhando exclusivamente com pincel e tinta.